25/02/2016

AUGUSTO JAIME WALMARATH DA COSTA, O SENHOR DO TEMPO

Augusto Jaime Walmarath da Costa, desde os anos 90 faz anotações sobre o clima em sua propriedade no Durasnal, interior de Caçapava do Sul.

“Eu não sou senhor do tempo, mas eu sei que vai chover”, a música de Charlie Brown poderia muito bem resumir a história de Augusto Jaime Walmarath da Costa, que há 26 anos registra o clima em sua propriedade, no Durasnal.

Augusto Jaime Walmarath da Costa (Foto: Gazeta de Caçapava)
Augusto anota tudo, detalhadamente, em uma planilha que fez, onde coloca observações pertinentes sobre o tempo na localidade.

“Tem de ficar de olho. O pluviômetro, por exemplo, marca só até 188mm, então quando chove, sempre estou em alerta para não perder a marca. Fico acordado controlando em noites de chuvas intensas”, diz Augusto, que sabe de cor sobre os registros de chuva na cidade:

“Dezembro de 2015 foi o mês mais chuvoso desde a década de 90. Dia 09 choveu 188mm, assim como em 03 de junho de 1993, quando choveu a mesma quantidade num único dia”, diz ele, que também se recorda que em maio de 1996 não choveu uma gota sequer.

Nos anos 2000 em diante, além do registro de chuvas, através do pluviômetro instalado em sua propriedade, o senhor do tempo caçapavano também passou a registrar intempéries como vento, geada, seca, nevoeiro, granizo e temporais.

“Em 11 de setembro foi registrado o temporal mais forte em Caçapava desde quando eu registro. Foram 143mm, mas seguidos de fortes ventos e granizo. Em 2002 houve outro semelhantes mas com menor volume de água”, lembra Augusto, que registra, ainda, 2002 como o ano mais chuvoso na cidade: “3.230mm ao longo dos 12 meses”.

Ela fala também que os meses mais propícios para chuva no município são de fevereiro a abril e que em 2015, quando deu o temporal em outubro que deixou o estado inteiro sem energia e várias cidades debaixo dágua, Caçapava registrou 225mm. “Foram cinco dias de chuva seguidos, de 07 a 11, com chuva de granizo, inclusive”.

Ele lembra ainda de um estrondo, ocorrido dia 06 de outubro de 2010, misterioso “Foi um estrondo, como se fosse um trovão. Um único trovão. Diversos aparelhos queimaram e uma casa pegou fogo. Até hoje não sabemos se foi ou não um raio atípico”.

Geadas e neves
Apesar da neve que caiu em 2013, Augusto diz que o ano mais frio foi o de 1996. “Teve 32 geadas”. Ano também que registrou o menor índice de chuva: 1.336mm.

“Mas em junho de 2007 ocorreram dois dias seguidos de geada, em 25 e 26 de junho, que matou toda a plantação aqui da chacrinha”, lembrou.

“Junho é o pior mês em Caçapava, por conta dos nevoeiros, a umidade e os dias sombrios. Em 2003, por exemplo, foi 16 dias de nevoeiro seguidos, o pior que já registrei nestes anos todos”, fala.

Previsão
Assim como a jornalista responsável pelo tempo na Rede Globo, Maria Júlia Coutinho, outros nomes de “homens do tempo”, como os Jornalistas Evaristo Costa (atual âncora do Jornal Hoje) e Tiago Scheuer (que apresenta o tempo no Hora Um), Augusto é procurado pelos vizinhos e amigos para anúncio do tempo. E prevê: este ano será mais frio e teremos seca no segundo semestre.

“Aqui é zero ou 40 graus. O frio diminuiu muito, assim como a média de chuva, que deveria ser de 150mm por mês. Porém as chuvas estão mais intensas, aqui e em todo o mundo. Acredita que seja devido a ação do homem na natureza e do aquecimento global”, diz.

Ele alerta que devido as fortes nevascas ocorridas nos EUA neste ano e por conta do inverno atípico ano passado, 2016 deve ser de frio intenso e de geadas.

Augusto tem também nas anotações os ventos de primavera: “de dois de outubro até seis de 2014 ventou cinco dias sem parar, e sem ocorrências de chuvas”, completa.
Por William Brasil


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